Quando conheceu o perfil de Diego, personagem que interpreta em "Chamas da Vida", da Record, Edward Boggis ficou rindo à toa. "Pela primeira vez, um personagem tinha a ver comigo. Tinha essa coisa de querer mudar o mundo, de lutar pelo bem", lembra ele, que, no decorrer da trama de Cristianne Fridman, viu o rapaz mudar da água para o vinho. "Comecei na história como um cara aparentemente do bem e estou virando um vilão chique", conta, entre risos.
Em oito meses de folhetim, o personagem virou um grande dedo-duro, brigou e apanhou, perdeu a namorada, a descolada Beatriz (Andréia Horta), e agora, na reta final, resolveu se dedicar à inescrupulosa gangue do ferro-velho. "Meu personagem não tem mais o que perder: emprego, mulher, nada. Se tornou o bobalhão", diverte-se.
Tantas mudanças no rumo do personagem, contudo, não incomodaram Edward. Pelo contrário. Ele se diz completamente agradecido à autora da novela por ter tido a chance de interpretar um papel tão cheio de possibilidades. "Tive a oportunidade de brincar, de experimentar inúmeras mudanças. Sem falar que tive uma troca grande com os diretores e os atores", avalia ele, que atua em sua primeira trama na Record.
Antes de se mudar para a emissora, Edward fez várias participações na Globo, como no seriado "Sandy & Júnior", na novelinha "Caça Talentos", na minissérie "Um Só Coração" e nas novelas "Começar de Novo" e "O Profeta", entre outras. Em todas as produções, viveu tipos completamente diferentes de sua realidade, do príncipe do cavalo branco, passando pelo rapper, até o estuprador. "Nunca repeti um personagem. Todos sempre foram muito diferentes", gaba-se ele, que teve seu primeiro papel de destaque como ator no longa "Caminho dos Sonhos", de Lucas Ambert. "Contracenava com os atores americanos Elliott Gould e Talia Shire. Foi bem marcante para mim porque filmávamos em duas versões: português e inglês", relembra.
Apesar de ser declaradamente apaixonado por cinema, Edward garante que não é o tipo de ator que tem preferências. O que mais o instiga não é fazer teatro, cinema ou televisão, mas sim ter a chance de interpretar bons personagens. "É o personagem que sempre me estimula. Independentemente do meio através do qual vou contar a história dele", declara. Segundo ele, é o bom personagem que movimenta o ator. "Aprendo muito com meus papéis, até quando são maus. Aprendo como não devo ser...", analisa.
Exatamente por acreditar em bons papéis, Edward ainda arranja tempo para conciliar as gravações da novela - que termina em meados de abril -, com o trabalho na ONG Palco Social, cuja base de ação é o teatro. Desenvolvida por Ernesto Piccolo e Rogério Blat, a instituição desenvolve oficinas de criação de espetáculos e tem sede no Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio. "Damos aulas de teatro a todos. É maravilhoso, porque mistura pobre, rico... Mostra a igualdade do ser humano", empolga-se o ator, que trabalha há 16 anos no projeto social.
Como se não bastasse a dedicação à novela e à ONG, Edward - que tem esse nome por ser bisneto de ingleses -, também se dedica à sua produtora, que cria vídeos institucionais de treinamento para empresas interessadas. "Fazemos vídeos de gerente, empilhadeira e ainda produzimos filmes", explica ele, que depois da novela, planeja começar a produzir um longa, ainda sem nome definido. Mas enquanto a história de "Chamas da Vida" não chega ao fim, ele prefere se entregar às reviravoltas que seu personagem costuma sofrer na trama. "Já dei uma 'desencanada' em relação ao futuro do Diego. Não sei se ele vai terminar com alguém, no mau caminho... Ele já mudou tanto que nem questiono mais", diverte-se o ator, que tem contrato por obra com a Record.
Fonte: UOL.
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