Para a veterana Lucinha Lins, viver sua primeira vilã na TV foi uma experiência intensa. Apesar de deixar claro que tem um carinho especial por Vilma, sua personagem em "Chamas da Vida", a atriz é a primeira a admitir que a malvada foi seu trabalho mais cansativo. "A Vilma é tensa, fala barbaridades. Me senti enfraquecida, pesada. Não sabia que seria tão difícil", assume. Mas essa não foi a única barreira que Lucinha precisou vencer. Ela conta que teve de desconstruir a imagem doce de fada que sempre carregou para convencer como a vilã piromaníaca. "No começo diziam que eu não ia dar conta, e hoje percebo que fiz um bom trabalho", avalia, orgulhosa, depois de quase um ano no ar.
Por conta da importância do papel na trama, Lucinha decidiu construir a vilã a partir de muita conversa, tanto com a direção quanto com o elenco do folhetim de Cristianne Fridman. Foram justamente essas discussões que a deixaram mais segura. "Preciso manter a qualidade. Por isso, trocamos muita "figurinha". Essa troca tem de existir", ressalta ela, que considerou essa preparação suficiente para interpretar a manipuladora antagonista. "A Vilma foi aflorando em mim. Foi um aprendizado na raça", conta a atriz.
No elenco, Lucinha tem lidado com atores mais jovens e que já chegaram a se sentir intimidados pela presença da atriz. "No começo, eu sentia que eles me olhavam com um pouco mais de receio, de medo", lembra. Mesmo com o a intimidação inicial, Lucinha logo conseguiu "quebrar o gelo" e, hoje, frisa a importância do que aprendeu ao trocar experiências com o elenco mais jovem. "Somos colegas. Eu também peço conselhos. Para ser ator você precisa se preocupar com o outro, o seu companheiro de cena", opina.
Outro motivo de comemoração para ela é que "Chamas da Vida" - seu segundo trabalho na Record - marcou seu primeiro contrato longo com uma emissora. Com 39 anos de carreira, Lucinha afirma que sempre preferiu manter contratos por obra. "Com 56 anos de idade, resolvi me dar essa estabilidade financeira", conta ela, que tem contrato com a Record até 2012. "Fiquei mais orgulhosa, assumindo responsabilidades diante de uma empresa. E também me sinto 'no colo'. É a certeza de que o que eu fiz até hoje tem respeito", comemora.
E é uma trajetória longa. Lucinha estreou no teatro aos 17 anos, e se define como "autodidata" na profissão. "Eu era muito jovem. Tive a sorte de encontrar profissionais gabaritados, mas também ralei muito, me dediquei", relembra ela, que destaca a recatada Mocinha, de "Roque Santeiro", e a doce Estela, de "A Viagem", como suas personagens que mais tiveram retorno do público. Apesar de tantos trabalhos e das quase quatro décadas de experiência, a atriz diz que a paixão pela profissão permanece inalterada. "Eu preciso do palco. O verdadeiro ator tem a necessidade de se mostrar", admite.
Com o fim da novela, o gosto por atuar continua, mas a atriz vai tentar dedicar seu tempo também à carreira de cantora. Seu último CD, "Canção Brasileira", foi lançado em 2002 - e Lucinha revela que tem pensado em dedicar seu tempo livre pós-"Chamas da Vida" ao trabalho vocal. "Só estou precisando dar uma melhorada na minha voz, pois já tem um tempo que não canto. Mas nada que a prática não resolva", brinca, bem-humorada.
Parabéns Lucinha Lins, pela sua bela atuação.
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