quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A Lei e o Crime: Ângelo Paes Leme fala de seu personagem

Ângelo Paes Leme está muito empolgado com as gravações de A Lei e o Crime, seriado que estréia dia 5 de janeiro na Record.

- Eu acho que todo mundo está empolgado, é um seriado muito bem escrito. Não é uma novela que tem o mau e o bom, o mocinho e o herói, que você tem que torcer a favor de um ou do outro. Uma hora você vai estar a favor de um, outra hora, contra. O que a gente tem que produzir é reflexão. Porque são personagens complexos, como nós somos na vida, são pessoas, vivem nesse mundo em que vivemos, não são totalmente boas nem totalmente más. Acho que vai ser algo marcante para todo mundo.

O ator, que será o protagonista ao lado de Francisca Queiroz, contou para o ESTRELANDO um pouco mais sobre o seu personagem, o Nando:

- O Nando vive na casa do sogro com a mulher e o filho. A partir de um desentendimento familiar, ele mata o sogro. Na cabeça dele, ele teve um motivo para matar. Acho que, quando mexe no orgulho e na dignidade da pessoa, pode esperar qualquer coisa. A partir daí, além de fugir da polícia, ele foge especificamente do cunhado, que é policial civil, interpretado pelo Caio Junqueira. Ele sabe que o cunhado não vai sossegar enquanto não achá-lo e não matá-lo. A única alternativa que ele tem de fuga e de esconderijo é partir para uma comunidade, onde vai ter um envolvimento com o tráfico.

Apesar de estar do lado do crime, Ângelo não considera o seu personagem um vilão.

- O Nando não é um bandido por natureza, mas ele é um cara dono do seu próprio destino. O que diferencia esse personagem de um criminoso é isso: ele não planejou. O Nando foi levado a isso, claro que as decisões são da própria responsabilidade, ele matou e optou em não se entregar. A partir do momento que ele percebe que não pode mais voltar atrás, começa a agir como um fora da lei e a traçar estratégias. Eu acho que, por isso, ele ascende e ganha o poder dentro daquela comunidade.

Antes de se transformar em um fugitivo, Nando foi militar.

- E pára-quedista. Ele tem ousadia, firmeza e coragem. Tem uma frase dos pára-quedistas que diz: ele não é um cordeiro, ele é uma águia. E sendo uma águia, ele age como. O Nando não espera os outros decidirem por ele, não pode ficar nem um segundo parado se não vão decidir por ele.

Como acontece na vida real, Nando não acredita na justiça.

- Ele sabe que, se tivesse condições financeiras, contrataria um belo advogado e pegaria menos anos de cadeia ou nem iria para a cadeia. Mas a gente tem que acreditar na justiça, mesmo sabendo que, hoje em dia, ela é falha, tem impunidade, corrupção, é para uma minoria, que dinheiro influencia. É como o Marcílio Moares (autor do seriado) fala: ou a gente tem justiça ou a gente vai viver na barbárie.


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