Até hoje, André Ramiro ainda é parado nas ruas por causa de André Matias, o honesto "aspira" que interpretou no polêmico longa-metragem "Tropa de Elite", de José Padilha. "O filme ainda é forte na minha carreira. As pessoas lembram muito", confessa o ator, que atualmente vive um debochado traficante em "A Lei E O Crime", seriado da Record.
Na pele do homem de confiança de Nando (Ângelo Paes Leme), André está tendo a chance de experimentar o lado da bandidagem que seu personagem tanto combatia em "Tropa". "A princípio, a emissora me convidou para viver um policial no seriado. Mas, como queria mudar, perguntei se não tinha um traficante ou outro papel e me deram o Tião", comemora.Com o perfil do personagem em mãos, André começou a compor Tião Meleca. E, pelo que garante, não teve muito trabalho. Afinal, além de conhecer o dia-a-dia das favelas por conta da intensa preparação para "Tropa de Elite", André é nascido e criado na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio. "Moro em comunidade desde pequeno. E lá a gente acaba conhecendo tipos como o Tião", conta o ator, fazendo questão de ressaltar que, apesar disso, não se espelhou em nenhum conhecido para criar o personagem.
Exatamente por conhecer bem o universo do tráfico, André se ateve exclusivamente ao texto de Marcílio Moraes para construir o personagem.
"Afinal, o papel é muito bem escrito", elogia ele, feliz por interpretar um personagem de maior destaque na televisão. Até porque, antes de "A Lei E O Crime", André fez apenas uma pequena participação em "Casos e Acasos", da Globo. "Está sendo um personagem muito gostoso de fazer. A equipe da Record é maravilhosa", derrama-se.
No entanto, o ator confessa que tem tido de encarar um obstáculo: decorar os textos da série. "O bom é que o Alexandre Avancini também me deixa bem livre para improvisar", conta ele, referindo-se ao diretor da série.
Desde que estreou como ator em "Tropa de Elite", André tem interpretado apenas personagens que estão envolvidos de alguma maneira com o mundo do crime - seja pelo lado bom ou mau. Mas não tem medo de ficar estigmatizado. "Sou artista. Acho que o ideal é que os personagens sejam diferentes, independentemente de serem policiais ou bandidos", defende. Para o ator, o mais importante é que os contextos sejam diferentes. "O Denzel Washington, por exemplo, já fez milhões de policiais e ninguém o estigmatiza", exemplifica.
Seja como for, o fato é que a preocupação social parece perseguir André. Não é à toa que, paralelamente à ficção, o ator também é um engajado "rapper". Por sinal, antes de estrear em "Tropa de Elite", ele sonhava em ganhar a vida apenas com a música. Até o dia em que surgiu o convite para fazer um teste para o filme. Na época, André trabalhava como porteiro de cinema no shopping Fashion Mall, em São Conrado, Zona Sul do Rio. "Sem dúvida, o filme me marcou", conta ele, que adoraria participar de "Tropa 2". "É bem provável que tenha uma continuação do 'Tropa'. Mas ainda não posso afirmar nada", desconversa.
Por enquanto, André prefere se dedicar a projetos mais concretos, como o lançamento de seu primeiro CD. Intitulado "Crônicas do Rato Careta", o disco é uma referência ao apelido que ele ganhou nos duelos de MCs - Mestres de Cerimônia, como muitas vezes os DJs se autodenominam - da Lapa por não beber nem fumar.
"Também quero fazer bastante teatro", acrescenta o ator que, apesar de ter contrato por obra com a Record, não descarta a possibilidade de fazer uma novela. "Estou igual ao Zeca Pagodinho: deixo a vida me levar. A partir daí, vejo o que acontece", brinca.
Fonte: UOL Televisão.
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